quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Doutrina Social da Igreja defende os mais pobres


 Arquidiocese de São Paulo


Cerca de 200 pessoas entre diáconos permanentes, padres e bispos auxiliares participam do 10º Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo. Nesta quarta-feira, 8, o assessor do curso, padre Antônio Aparecido Alves, apresentou a origem da Doutrina Social da Igreja. O evento também conta com a presença do arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer.

 “O fundamento dessa doutrina está na distinção entre a justa posse das riquezas e o seu legítimo uso”, assim aponta a encíclica Rerum Novarum, publicada em 1891 por Leão 13. A partir desta encíclica, em que se encontra uma análise e a denúncia da exploração a que são submetidos os trabalhadores, o assessor apresentou um panorama das encíclicas da Doutrina Social da Igreja.

Padre Antônio também falou sobre os contextos em que tais encíclicas foram publicadas, seus conteúdos e seus princípios: a dignidade da pessoa humana, a sociabilidade da pessoa humana, direitos humanos, subsidiariedade, solidariedade, participação, bem comum, destinação universal dos bens da criação, o amor, a primazia do trabalho, a defesa da vida, a evangélica preferência pelos pobres, a luta pela justiça e a paz, fruto da justiça.

Para padre Antônio, a “Doutrina Social é a Palavra de Deus que se projeta na sociedade”, e entre os temas nela contidos destaca a propriedade privada e a destinação universal dos bens apresentada pela constituição pastoralGaudium et Spes  - a Igreja no mundo atual.

“Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela caridade”, aponta o documento.

O mesmo documento revela: “aquele, porém, que se encontra em extrema necessidade, tem direito de tomar, dos bens dos outros, o que necessita”. Questionado sobre as ocupações de terra, o assessor lembrou  que “em extrema necessidade, os bens se tornam comuns, portanto são legítimas as ocupações em grandes latifúndios improdutivos, uma vez que não cumprem sua função social”.

Sobre política, padre Antônio defendeu que tanto o clero quanto os fiéis busquem uma formação contínua para uma educação cívica e política, como aponta a constituição pastoral “Deve atender-se cuidadosamente à educação cívica e política, hoje tão necessária à população e sobretudo aos jovens, para que todos os cidadãos possam participar na vida da comunidade política”.

Gaudium et Spes também conclama aos partidos políticos. “Os partidos políticos devem promover o que julgam ser exigido pelo bem comum, sem que jamais seja lícito antepor o próprio interesse ao bem comum”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário