sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bispos refletem “A origem da Igreja” e a “Razão de ser do Sacerdócio" em encontro no RJ .

Nas suas colocações, o bispo alemão explicou a origem da Igreja na autocomunicação de Deus, pois não é uma sociedade religiosa fundada pelos homens, a sua missão pode ser compreendida na criação, redenção e na consumação. Ele acrescentou que, o povo de Deus se torna “Corpo de Cristo”, porque ele, Cristo, é o mediador da salvação.
“Povo de Deus e Corpo de Cristo não são, portanto, conceitos simplesmente alternativos. Pelo contrário, eles precisam ser vistos em sua relação recíproca e à luz da autocomunicação histórico-salvífica do Deus trino. Somente através da encarnação do Filho e no Espírito Santo está aberto o caminho que nos leva ao Pai”, explicou.
Dom Müller aproveitou o contexto para fazer uma relação com o Concílio Vatino II, tema central do curso.Ele afirmou que o Concílio pode oferecer mais uma perspectiva para a tensão entre a vontade salvífica universal e a necessidade, para a salvação, de pertencer à Igreja concreta.
Para concluir a sexta palestra do curso, o bispo disse que a Igreja é o Sacramento através do qual Deus mostra, na história, sua divina vontade salvífica manifestada em Cristo, direcionando-a até a consumação escatológica.
“Tendo em vista tudo isso, a Igreja também se encontra em uma particular tensão. Como construção social, através de sua confissão de fé e sua estrutura, ela se limita e se distingue de outras. Porém ela é, ao mesmo tempo, internamente dinamizada, através de sua missão de servir à realização da vontade salvífica de Deus, que se tornou concreta em Cristo”.
A razão de ser do sacerdócio
Em um outro momento, após o intervalo, Dom Gebhard Müller ministrou a 7ª palestra do Curso sobre o tema “A missão sacerdotal da Igreja e da Eucaristia”. Desta vez, o bispo de Regensburg fez uma correlação interna e constitutiva entre Igreja e Eucaristia encontrada nos documentos do Concílio Vaticano II.

Ele refletiu sobre a Eucaristia e o sacerdócio serem relacionados um ao outro pelo próprio Jesus Cristo. E acrescentou que, na celebração da última ceia, Ele instituiu o sacramento da Eucaristia e do sacerdócio. De posse do conhecimento dessa relação, o sacerdote – também face à sua vocação – precisa compreender-se como homem eucarístico no fundo de sua existência.

“O saber profundo de ser Eucaristia o centro de nossa fé, centro que nos edifica, e onde Cristo nos reúne como sua Igreja, torna-se o estímulo necessário para manter aceso o anseio e a fome espiritual pelo mistério central da entrega de Jesus Cristo”, sublinhou.
O palestrante concluiu citando uma frase dita por Jesus aos Apóstolos: “Fazei isso para celebrar a minha memória!” (ICor 11,25). “Ele desejou que os bispos saibam acolher esse mandato como ensejo que estimula a penetrar no mistério da Eucaristia e possuí-la como centro da fé, pois o próprio Cristo se faz presente sob as espécies de pão e vinho”, concluiu.
Cardeal dom Cláudio Hummes
O cardeal dom Cláudio Hummes foi o responsável pela abertura das atividades desta quinta-feira, 3, no Encontro para Bispos. Ele presidiu a celebração eucarística com laudes. A participação de dom Cláudio no evento prevê ainda o encerramento, nesta sexta-feira, 4, com a palestra, “O clero: 50 anos após o Concílio. Desafio para os bispos”.
CNBB com Arquidiocese do Rio

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