PALAVRA DO ARCEBISPO

A Cátedra de São Pedro

Caríssimos irmãos e irmãs, Estamos celebrando a Festa de São Pedro e São Paulo; as colunas da Igreja. Os dois serviram ao Cristo com a Vida e a Palavra. Pedro, pescador da Galiléia, foi convidado por seu irmão André para seguir o Mestre através de uma expressão que o marcou profundamente: “Encontramos o Messias” (Jo 1,41). Aceitando prontamente o anúncio, Pedro vai ao encontro de Jesus, torna-se seu discípulo e vive momentos de profunda decisão, mesmo que tenha medo das consequências: “Tu és o Cristo...” (Mt 15,16); “Deus te livre, Senhor, que isso aconteça...”(Mt 16,22); “Eu darei a minha vida por ti...”(Mt 26,33); “Não conheço este homem...” (Mt 26,74). Mesmo diante de suas fraquezas, foi o escolhido do Mestre para guiar a Igreja primitiva como o primeiro entre os iguais, o chefe do Colégio Apostólico: “Sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja...” (Mt 16,17). “Apascenta as minhas ovelhas...” (Jo 21,17). De fato, Pedro assume sua missão com amor extremo ao ponto de morrer crucificado, de cabeça para baixo, a fim de testemunhar a sua fé. Paulo, um jovem da cidade de Tarso, formado na lei Judaica pela escola de Gamaliel, era defensor ardoroso da sua fé, ao ponto de ver em Jesus um perturbador da vivência religiosa de seu povo. Tornou-se perseguidor dos cristãos, com autorização das autoridades judaicas, com o único objetivo de evitar que a fé no Deus de seus pais fosse prejudicada pelos ensinamentos de Jesus. Em uma de suas perseguições, a caminho de Damasco, encontrou-se com o Senhor que lhe disse: “Eu sou Jesus a quem tu persegues...” (At 9,5). Essa afirmação tocou-o profundamente. Ele não perseguia aos Cristãos, mas ao próprio Cristo. Dali em diante, sua vida mudou radicalmente. Ele tornou-se Cristão, juntou-se aos apóstolos e passou a anunciar o Evangelho de Jesus. De perseguidor passou a perseguido, sendo levado por fim a Roma, onde, sob o fio da espada, teve a cabeça arrancada por causa da fé em Jesus. A festa desses dois Apóstolos, Pedro e Paulo, é tão importante para a Igreja, que, mesmo tendo o dia litúrgico, 29 de junho, é transferida para o domingo seguinte, este ano 3 de julho, para favorecer uma maior participação dos fiéis. Que eles intercedam pela santa Igreja de Deus a fim de que seja sempre anunciadora do Evangelho em meio ao desafios do mundo de hoje. Deus nos abençoe hoje e sempre. Dom Matias Patrício de Macedo - Arcebispo Metropolitano de Natal