sexta-feira, 24 de junho de 2011

VIDA DE SÃO JOÃO BATISTA - 7 - Filosofia religiosa

João era um judeu de educação. Toda a filosofia judaica foi-lhe incutida desde criança. No tempo de João Baptista o povo vivia subjugado à soberania dos chamados gentios havia quase cem anos. A desilusão nacional levantava inúmeras questões a respeito dos ensinamentos de Moisés, do desocupado trono de David e dos pecados da nação.
Era difícil de explicar na religião daquele povo a razão pela qual o trono de David se encontrava vazio. A tendência do povo era justificar os acontecimentos adversos com um provável “pecado nacional”, tal como tinha acontecido anteriormente no cativeiro da Babilónia, e outros mais.
Os judeus acreditavam na previsão de Daniel a respeito do Messias, e consideravam que a chegada desse prometido iniciaria uma nova época – a do Reino do céu. A pregação de João é fortemente influenciada pela antevisão do "Reino dos Céus". E os ouvintes acreditavam que o esperado Messias estaria para chegar e restaurar a soberania do povo que eles definiam como escolhido, e iniciar uma nova época na Terra: a época de justiça.
A pergunta era quando. A fé de todos defendia que seria ainda naquela geração, e João vinha confirmar o credo. A fama da sua pregação era o facto deste pregador ser tão convicto ao anunciar o Messias para breve. Milhares de pessoas, na sua ânsia pela liberdade acreditavam devotamente em João e nas sua admoestações.
Muitos judeus acreditavam que o Reino dos Céus iria ser governado na terra por Deus em via directa. Outros acreditavam que Deus teria um representante – o Messias, que serviria de intermediário entre Deus e os Homens. Os judeus acreditavam que esse reino seria um reino real, e não um reino espiritual como os cristão mais tarde doutrinaram. Foi esse o motivo da negação de Jesus como o Messias, por parte da maioria do povo Judeu.
João pregava que o "Reino de Deus" estaria "ao alcance das mãos" e essa pregação reunia em sua volta centenas de pessoas sedentos de palavras que lhes prometessem que o seu jugo estava próximo do fim.
João escolheu o Vau de Betânia para pregar. Este local de passagem era frequentada por inúmeros viajantes que levavam a mensagem de João a lugares distantes. Isto favoreceu grandemente o espalhar das suas palavras. Quando ele disse "até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão"[1] ele referia-se à 12 pedras que Josué tinha mandado colocar na passagem do rio, simbolizando as doze tribos, na primeira entrada do povo na Terra Prometida.
João era um pregador heróico. Ele falava ao povo expondo os líderes iníquos e as suas transgressões. Quando o assemelhavam a Elias, era porque este tinha o mesmo aspecto rude e admoestador do seu antecessor. João não queria simpatia. Ele pregava a mudança, chamava "raça de víboras" e com o indicador apontado, tal como Elias o tinha feito anteriormente, e isto o categorizou como profeta.
João tinha discípulos. Isto significa que ele ensinava. Ele tinha aprendizes com quem dispensava algum tempo em ensinar. Havia interesse nas suas palavras e filosofia nos seus ensinamentos.

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